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Universalidade do ensino dos Espíritos
Conclusão:
Bem que o Espiritismo tenha sempre existido, e esteja junto à origem de inúmeros fenômenos, que não foram explicados na história, deve-se esperar chegar o século XIX para que este seja codificado por Allan Kardec que aplicou aos fenômenos espíritas o método experimental.
O Espiritismo não foi fundado sob o pensamento preexistente da existência dos Espíritos, Allan Kardec baseou-se em um ponto de vista material, e este ponto sendo impotente para tudo explicar, a observação direcionou-o à causa espiritual: O Espírito.
1. Conceitos básicos
1.1. Filosofia
Filosofia (do grego, philos = amigo ou amante e sophia = conhecimento ou saber) indica amor pela sabedoria, condição experimentada apenas pelo ser humano. Acredita-se que a palavra foi cunhada pelo filósofo grego Pitágoras (580? 572? a. C. – 500 ou 490 a.C.). Para Platão (428 ou 427 a.C. – 347 a.C.), outro filósofo grego, a Filosofia se resume na capacidade que tem o homem de utilizar o saber em benefício próprio. Argumentava, então:
De nada serviria possuir a capacidade de transformar pedras em ouro a quem não soubesse utilizar o ouro, de nada serviria uma ciência que tornasse imortal a quem não soubesse utilizar a imortalidade, e assim por diante. É necessária, portanto, uma ciência em que coincidam fazer e saber utilizar o que é feito, e essa ciência é a Filosofia. (1)
Em consequência, a Filosofia propicia:
1) a aquisição de conhecimento válido e aplicável a determinada situação ou contexto;
2) o uso do conhecimento em benefício do progresso humano. Para tanto, os estudos filosóficos devem conduzir à reflexão que amplie a visão do mundo, a sabedoria de vida, a concepção racional do universo.
Daí a Filosofia ser entendida como “O processo único que ilumina a ignorância e a transforma em relativa sabedoria.” (2)
Filósofo
É alguém que ama o conhecimento; que gosta de estudar, de saber, movido pela consciência da ignorância inerente à condição humana. Pode-se dizer também que é alguém que investiga princípios, fundamentos ou a essência da realidade circundante.
Metafísica
Também conhecida como a ciência primeira, é o alicerce da Filosofia, pois estuda os princípios de todas as ciências. Tendo como base a teoria geral do conhecimento (gnosiologia), a metafísica classifica o conhecimento em:
a) Deus (teologia);
b) ser (ontologia);
c) universo (cosmologia);
d) homem (antropologia)
e) valores (axiologia).
A Gnosiologia procura entender a origem, a natureza, o valor e os limites do conhecimento, em função do sujeito cognoscente, ou seja, daquele que conhece o objeto. Por outro lado, a validação do conhecimento é fornecida pela Epistemologia, que se refere ao estudo do conhecimento relativo ao campo de uma pesquisa, em cada ramo da Ciência.
No estudo sobre Deus surge a Teologia que, por definição, significa o “estudo, discurso ou pregação que trate de Deus ou das coisas divinas”.
Cada religião tem a sua teologia, de acordo com a interpretação dos seus mestres.
Os dogmas, os cultos externos e rituais, presentes nas teologias, costumam restringir o conhecimento religioso.
A Ontologia trata de questões relacionadas ao Espírito e à sua evolução. A Cosmologia estuda o mundo e o Universo.
A Antropologia é o estudo sistemático dos conhecimentos que se tem a respeito do homem, do ponto de vista de raça, herança biológica, características culturais e étnicas.
A Axiologia abrange as concepções sobre os valores, estética, ética e moral.
(1). ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. Tradução de Alfredo Bosi. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 442.
(2). MARCOS, Manoel Pelicas, S. A filosofia espírita e seus temas. 2. ed. São Paulo: FEESP, 1993, p. 17.
Marta Antunes de Oliveira Moura – Livro: Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita –
Livro 5 – Filosofia e Ciência Espírita – FEB – Roteiro 2.
Se só pelos fenômenos atrairdes, os que vos procurarem o farão pela curiosidade e topareis com curiosos que vos não acreditarão e que rirão de vós. Se unicamente pessoas dignas de apreço se encontrarem entre vós, muitos talvez vos não acreditem, mas respeitar-vos-ão e o respeito inspira sempre a confiança.
Estais convencidos de que o Espiritismo acarretará uma reforma moral.
Seja, pois, o vosso grupo o primeiro a dar exemplo das virtudes cristãs, visto que, nesta época de egoísmo, é nas Sociedades espíritas que a verdadeira caridade há de encontrar refúgio. (1)
Tal deve ser, meus amigos, um grupo de verdadeiros espíritas. Doutra feita, dar-vos-ei novos conselhos. Fénelon
(1) Conhecemos um senhor que foi aceito para um emprego de confiança, numa casa importante, porque era espírita sincero. Entenderam que as suas crenças eram uma garantia da sua moralidade.
O verdadeiro Espiritismo tem por divisa benevolência e caridade. Não admite, qualquer rivalidade, a não ser a do bem que todos podem fazer. Todos os grupos que inscreverem essa divisa em suas bandeiras estenderão uns aos outros as mãos, como bons vizinhos, que não são menos amigos pelo fato de não habitarem a mesma casa.
O silêncio e o recolhimento são condições essenciais para todas as comunicações sérias. Nunca obtereis preencham essas condições os que somente pela curiosidade sejam conduzidos às vossas reuniões. Convidai, pois, os curiosos a procurar outros lugares, por isso que a distração deles constituiria uma causa de perturbação.
O silêncio e o recolhimento são condições essenciais para todas as comunicações sérias. Nunca obtereis preencham essas condições os que somente pela curiosidade sejam conduzidos às vossas reuniões. Convidai, pois, os curiosos a procurar outros lugares, por isso que a distração deles constituiria uma causa de perturbação.
Jorge (Espírito Familiar).
Supondes que vimos em busca dos vossos aplausos? Desenganai-vos. Não nos agrada divertir-vos mais de um modo que doutro. Ainda aí o que há, em vós, é curiosidade, que debalde procurais dissimular.
O nosso objetivo é tornar-vos melhores.
Ora, quando verificamos que as nossas palavras nenhum fruto produzem, que, da vossa parte, tudo se resume numa estéril aprovação, vamos em busca de almas mais dóceis. Cedemos então o lugar aos Espíritos que só fazem questão de falar e esses não faltam.
Causa-vos espanto que deixemos tomem eles os nossos nomes. Que vos importa, uma vez que, para vós, não há nisso nem mais, nem menos? Ficai, porém, sabendo que não o permitimos em se tratando daqueles por quem realmente nos interessamos, isto é, daqueles com quem o nosso tempo não é perdido. Esses são os que preferimos e cuidadosamente os preservamos da mentira.
Se, portanto, sois tão frequentemente enganados, queixai-vos tão-só de vós mesmos. Para nós, o homem sério não é aquele que se abstém de rir, mas aquele cujo coração as nossas palavras tocam, que as medita e tira delas proveito.
O Espiritismo devera ser uma égide contra o espírito de discórdia e de dissensão; mas, esse espírito, desde todos os tempos, vem brandindo o seu facho sobre os humanos, porque cioso ele é da ventura que a paz e a união proporcionam. Espíritas! bem pode ele, portanto, penetrar nas vossas assembleias e, não duvideis, procurará semear entre vós a desafeição. Impotente, porém, será contra os que tenham a animá-los o sentimento da verdadeira caridade.
Estai, pois, em guarda e vigiai incessantemente à porta do vosso coração, como à das vossas reuniões, para que o inimigo não a penetre.
Mostrem-se, por conseguinte, mais pacientes, mais dignos e mais conciliadores aqueles que no mais alto grau se achem penetrados dos sentimentos dos deveres que lhes impõe a urbanidade, tanto quanto o vero Espiritismo.
São Vicente de Paulo.
É incontestável que, submetendo ao cadinho da razão e da lógica todos os dados e todas as comunicações dos Espíritos, fácil será descobrir-se o absurdo e o erro. Pode um médium ser fascinado, como pode um grupo ser mistificado. Mas, a verificação severa dos outros grupos, o conhecimento adquirido e a alta autoridade moral dos diretores de grupos, as comunicações dos principais médiuns, com um cunho de lógica e de autenticidade dos melhores Espíritos, farão justiça rapidamente a esses ditados mentirosos e astuciosos, emanados de uma turba de Espíritos enganadores e malignos.
Erasto (discípulo de São Paulo).
Allan Kardec – O Livro dos Médiuns – cap. XXXI – Dissertação Espírita, (Itens XXI a XXVII).
7. Os Espíritos não são, como supõem muitas pessoas, uma classe à parte na criação, porém as almas, despidas do seu invólucro corporal, daqueles que viveram na Terra ou em outros mundos.
Aquele que admite a sobrevivência da alma ao corpo, admite, pelo mesmo motivo, a existência dos Espíritos; negar os Espíritos seria negar a alma.
8. Faz-se geralmente uma idéia muito errônea do estado dos Espíritos; eles não são, como alguns acreditam, seres vagos e indefinidos, nem chamas semelhantes a fogos-fátuos, nem fantasmas como os pintam nos contos das almas do outro mundo. São seres nossos semelhantes, tendo como nós um corpo, mas fluídico e invisível no estado normal.
9. Quando a alma está unida ao corpo, durante a vida, ela tem duplo invólucro: um pesado, grosseiro e destrutível — o corpo; o outro fluídico, leve e indestrutível, chamado perispírito.
10. Há, pois, no homem três elementos essenciais:
1.° A alma ou Espírito, princípio inteligente em que residem o pensamento, a vontade e o senso moral;
2.° O corpo, invólucro material que põe o Espírito em relação com o mundo exterior;
3.° O perispírito, invólucro fluídico, leve, imponderável, servindo de laço e de intermediário entre o Espírito e o corpo.
11. Quando o invólucro exterior está usado e não pode mais funcionar, tomba e o Espírito o abandona, como o fruto se despoja da sua semente, a árvore da casca, a serpente da pele, em uma palavra, como se deixa um vestido velho que já não pode servir; é o que se designa pelo nome de morte.
12. A morte é apenas a destruição do envoltório corporal, que a alma abandona, como o faz a borboleta com a crisálida, conservando porém seu corpo fluídico ou perispírito.
13. A morte do corpo desembaraça o Espírito do laço que o prendia à Terra e o fazia sofrer; e uma vez libertado desse fardo, não lhe resta mais que o seu corpo etéreo, que lhe permite percorrer o espaço e transpor as distâncias com a rapidez do pensamento.
14. A união da alma, do perispírito e do corpo material constitui o homem; a alma e o perispírito separados do corpo constituem o ser chamado Espírito.
OBSERVAÇÃO — A alma é assim um ser simples; o Espírito um ser duplo e o homem um ser triplo. Seria mais exato reservar a palavra alma para designar o princípio inteligente, e o termo Espírito para o ser semimaterial formado desse princípio e do corpo fluídico; mas, como não se pode conceber o princípio inteligente isolado da matéria, nem o perispírito sem ser animado pelo princípio inteligente, as palavras alma e Espírito são, no uso, indiferentemente empregadas uma pela outra; é a figura que consiste em tomar a parte pelo todo, do mesmo modo por que se diz que uma cidade é povoada de tantas almas, uma vila composta de tantas famílias; filosoficamente, porém, é essencial fazer-se a diferença.
15. Os Espíritos revestidos de seus corpos materiais constituem a Humanidade ou mundo corporal visível; despojados desses corpos, formam o mundo espiritual ou invisível que povoa o espaço e no meio do qual vivemos, sem disso desconfiar, como vivemos no meio do mundo dos infinitamente pequenos, de que não suspeitávamos, antes da invenção do microscópio.
16. Os Espíritos não são, portanto, entes abstratos, vagos e indefinidos, mas seres concretos e circunscritos, aos quais só falta serem visíveis para se assemelharem aos humanos; donde se segue que se, em dado momento, pudesse ser levantado o véu que no-los esconde, eles formariam uma população, cercando-nos por toda parte.
17. Os Espíritos possuem todas as percepções que tinham na Terra, porém em grau mais alto, porque as suas faculdades não estão amortecidas pela matéria; eles têm sensações desconhecidas por nós, veem e ouvem coisas que os nossos sentidos limitados nos não permitem ver nem ouvir. Para eles não há obscuridade, excetuando-se aqueles que, por punição, se acham temporariamente nas trevas.
Todos os nossos pensamentos neles se repercutem, e eles os leem como em um livro aberto; de modo que o que podíamos esconder a alguém, durante a vida terrena, não mais o podemos depois da sua desencarnação. (O Livro dos Espíritos, n.° 237.)
18. Os Espíritos estão em toda parte, ao nosso lado, acotovelando-nos e observando-nos sem cessar. Por sua presença incessante entre nós, eles são os agentes de diversos fenômenos, desempenham um papel importante no mundo moral, e, até certo ponto, no físico; constituem, se o podemos dizer, uma das forças da Natureza.
19. Desde que se admita a sobrevivência da alma ou do Espírito, é racional que as suas afeições continuem; sem o que, as almas dos nossos parentes e amigos seriam, pela morte, totalmente perdidas para nós.
Pois que os Espíritos podem ir a toda parte, é igualmente racional admitir-se que aqueles que nos amaram, durante a vida terrena, ainda nos amem depois da morte, que venham para junto de nós e se sirvam, para isso, dos meios que encontrem à sua disposição; é o que confirma a experiência.
A experiência, de fato, prova que os Espíritos conservam as afeições sérias que tinham na Terra, que folgam em se juntarem àqueles a que amaram, sobretudo quando são por estes atraídos pelos sentimentos afetuosos que lhes dedicam; ao passo que se mostram indiferentes para com quem só lhes vota indiferença.
20. O Espiritismo tem, por fim demonstrar e estudar a manifestação dos Espíritos, suas faculdades, sua situação feliz ou infeliz, seu futuro; em suma, o conhecimento do Mundo Espiritual.
Essas manifestações, sendo averiguadas, conduzem à prova irrecusável da existência da alma, de sua sobrevivência ao corpo, de sua individualidade depois da morte, isto é, de sua vida futura; por isso ele é a negação das doutrinas materialistas, não tanto por meio de raciocínios, mas principalmente por fatos.
21. Uma idéia quase geral, entre os que não conhecem o Espiritismo, é a de crer que os Espíritos, pelo simples fato de estarem desprendidos da matéria, devem saber tudo, estar de posse da sabedoria suprema. É um grave erro.
Não sendo mais que as almas dos homens, os Espíritos não adquirem a perfeição logo que deixam o envoltório terrenal. Seu progresso só se faz com o tempo, e não é senão paulatinamente que se despojam das suas imperfeições, que conquistam os conhecimentos que lhes faltam.
Seria tão ilógico admitir-se que o Espírito de um selvagem ou de um criminoso se torne de repente sábio e virtuoso, como seria contrário à justiça de Deus supor que ele continue perpetuamente em inferioridade. Como há homens de todos os graus de saber e ignorância, de bondade e malvadez, dá-se o mesmo com os Espíritos. Alguns destes são apenas frívolos e travessos; outros são mentirosos, fraudulentos, hipócritas, maus e vingativos; outros, pelo contrário, possuem as mais sublimes virtudes e o saber em grau desconhecido na Terra.
Essa diversidade nas qualidades dos Espíritos é um dos pontos mais importantes a considerar, por explicar a natureza boa ou má das comunicações que se recebem; é em distingui-las que devemos empregar todo o nosso cuidado.
(Allan Kardec – O Livro dos Espíritos, Cap. I – Dos Espíritos – n.º 100, Escala Espírita
Allan Kardec – O Livro dos Médiuns, cap. XXIV – Da Identidade dos Espíritos).
Allan Kardec – Livro: O que é o Espiritismo, Cap. II Noções Elementares do Espiritismo – (Item 7, pags 125 a 128) – FEB
Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. É de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta, ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies de manifestações. As principais são: a dos médiuns de efeitos físicos; a dos médiuns sensitivos, ou impressionáveis; a dos audientes; a dos videntes; a dos sonambúlicos; a dos curadores; a dos pneumatógrafos; a dos escreventes, ou psicógrafos.
1. MÉDIUNS DE EFEITOS FÍSICOS
Os médiuns de efeitos físicos são particularmente aptos a produzir fenômenos materiais, como os movimentos dos corpos inertes, ou ruídos, etc. Podem dividir-se em médiuns facultativos e médiuns involuntários.
2. MÉDIUNS SENSITIVOS, OU IMPRESSIONÁVEIS
Chamam-se assim às pessoas suscetíveis de sentir a presença dos Espíritos por uma impressão vaga, por uma espécie de leve roçadura sobre todos os seus membros, sensação que elas não podem explicar. Esta variedade não apresenta caráter bem definido. Todos os médiuns são necessariamente impressionáveis, sendo assim a impressionabilidade mais uma qualidade geral do que especial. É a faculdade rudimentar indispensável ao desenvolvimento de todas as outras. Difere da impressionabilidade puramente física e nervosa, com a qual preciso é não seja confundida, porquanto, pessoas há que não têm nervos delicados e que sentem mais ou menos o efeito da presença dos Espíritos, do mesmo modo que outras, muito irritáveis, absolutamente não os pressentem.
3. MÉDIUNS AUDIENTES
Estes ouvem a voz dos Espíritos. É, como dissemos ao falar da pneumatofonia, algumas vezes uma voz interior, que se faz ouvir no foro íntimo; doutras vezes, é uma voz exterior, clara e distinta, qual a de uma pessoa viva. Os médiuns audientes podem, assim, travar conversação com os Espíritos. Quando têm o hábito de se comunicar com determinados Espíritos, eles os reconhecem imediatamente pela natureza da voz. Quem não seja dotado desta faculdade pode, igualmente, comunicar com um Espírito, se tiver, a auxiliá-lo, um médium audiente, que desempenhe a função de intérprete. Esta faculdade é muito agradável, quando o médium só ouve Espíritos bons, ou unicamente aqueles por quem chama. Assim, entretanto, já não é, quando um Espírito mau se lhe agarra, fazendo-lhe ouvir a cada instante as coisas mais desagradáveis e não raro as mais inconvenientes. Cumpre-lhe, então, procurar livrar-se desses Espíritos, pelos meios que indicaremos no capítulo da Obsessão.
4. MÉDIUNS FALANTES
Os médiuns audientes, que apenas transmitem o que ouvem, não são, a bem dizer, médiuns falantes. Estes últimos, as mais das vezes, nada ouvem. Neles, o Espírito atua sobre os órgãos da palavra, como atua sobre a mão dos médiuns escreventes. Querendo comunicar-se, o Espírito se serve do órgão que se lhe depara mais flexível no médium. A um, toma da mão; a outro, da palavra; a um terceiro, do ouvido.
5. MÉDIUNS VIDENTES
Os médiuns videntes são dotados da faculdade de ver os Espíritos. Alguns gozam dessa faculdade em estado normal, quando perfeitamente acordados, e conservam lembrança precisa do que viram.
6. MÉDIUNS SONAMBÚLICOS
Pode considerar-se o sonambulismo uma variedade da faculdade mediúnica, ou, melhor, são duas ordens de fenômenos que freqüentemente se acham reunidos. O sonâmbulo age sob a influência do seu próprio Espírito; é sua alma que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe, fora dos limites dos sentidos. O que ele externa tira-o de si mesmo; suas idéias são, em geral, mais justas do que no estado normal, seus conhecimentos mais dilatados, porque tem livre a alma. Numa palavra, ele vive antecipadamente a vida dos Espíritos. O médium, ao contrário, é instrumento de uma inteligência estranha; é passivo e o que diz não vem de si. Em resumo, o sonâmbulo exprime o seu próprio pensamento, enquanto que o médium exprime o de outrem.
7. MÉDIUNS CURADORES
Unicamente para não deixar de mencioná-la, falaremos aqui desta espécie de médiuns, porquanto o assunto exigiria desenvolvimento excessivo para os limites em que precisamos ater-nos. Sabemos, ao demais, que um de nossos amigos, médico, se propõe a tratá-lo em obra especial sobre a medicina intuitiva. Diremos apenas que este gênero de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação.
8. MÉDIUNS PNEUMATÓGRAFOS
Dá-se este nome aos médiuns que têm aptidão para obter a escrita direta, o que não é possível a todos os médiuns escreventes. Esta faculdade, até agora, se mostra muito rara. Desenvolve-se, provavelmente, pelo exercício; mas, como dissemos, sua utilidade prática se limita a uma comprovação patente da intervenção de uma força oculta nas manifestações. Só a experiência é capaz de dar a ver a qualquer pessoa se a possui. Pode-se, portanto, experimentar, como também se pode inquirir a respeito um Espírito protetor, pelos outros meios de comunicação.
Allan Kardec – Livro: O Livro dos Médiuns – Cap. XV – Dos médiuns, pag. 171 – FEB (Edição Histórica).
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